Há muito
percebi que montar quebra-cabeça não é somente um passatempo, um divertimento. Ele é um
reflexo de algo que se dá dentro e fora de nós. É como se estivéssemos
organizando as peças da nossa vida para atingirmos um final harmonioso,
vitorioso e belo.
Todos os amantes de quebra-cabeças já devem ter tido essa experiência,
pois para conseguirmos montá-los precisamos antes fazer uma organização prévia
no tempo disponível, nos espaços a serem utilizados, colocar limites para os
animais que vivem conosco, filhos... enfim, na vida que nos cerca. Ao mesmo
tempo, impossível seria montá-los sem ter paciência, ideias organizadas,
persistência, concentração e outros tantos atributos que aos poucos vão se
desenvolvendo em nós.
E, se quisermos analisar ainda mais profundamente,
podemos até solucionar problemas da nossa vida se soubermos “ler” na montagem
das peças as várias opções que elas nos apresentam. Afinal, se pensarmos que
cada peça tem seu lugar certo, insubstituível e de fundamental importância,
poderemos da mesma forma compreender a importância de tudo na vida,
pois cada coisa tem seu lugar e seu valor.
Em
contrapartida, minha experiência em cortar as imagens, ou seja, bagunçar o que
está harmonioso, já me levou a pensar muito sobre isso.
Num dos meus primeiros
quebra-cabeças, quando ainda nem ferramentas adequadas eu tinha, me vi picando
em dezenas de pedacinhos o rosto do meu marido. Por um momento me senti
ultrajando nosso relacionamento, destruindo a imagem dele dentro de mim...
Aquilo me entristeceu um pouco, mas logo superei essa sensação, quando me
lembrei que logo o estaria montando novamente.
Ali encontrei uma interessante
resposta a muitos acontecimentos da vida: mesmo que, num momento de fraqueza,
possamos abalar relacionamentos ou mesmo magoar pessoas, sempre temos a
oportunidade de recolher as peças e montá-los novamente, deixando-os muito mais
belos e admiráveis.
Uma reflexão sobre a arte de montar quebra-cabeças.
Papoula Lucana e Ana Lucia Morellato, este aqui é para vocês terem seus minutos de fama! grin emoticon
Ana Lucia Morellato kaj Boualem Lalileche ŝatas tion.
Joao Carvalho Alves kaj Papoula Lucana ŝatas tion.
Manufacture a Jigsaw Puzzle 9
I like today’s article as Antônia Sobral shares some of her ‘life-smart’ wisdom that connects some reasons as to why puzzle lovers may enjoy doing puzzles so intensely. Read what she shares with us today.
Dear Readers,
Long time ago I realized that assembling a jigsaw puzzle is not only a hobby, a fun. It is a reflection of something that happens inside and outside of us. It is as if we were organizing the pieces of our lives, in order to achieve a harmonious, beautiful and victorious end.
All puzzle’s lovers must have already had such experience, since in order to assemble one, we must organize the time available for it, where we will do it, set limits for animals that live with us, children… well, life around us. At the same time, it would be impossible to assemble a jigsaw puzzle without patience, organized ideas, persistence, concentration and many other attributes that slowly develop inside us.
And if we analyze it deeper, we can even solve problems of our life if we know how to “read”, at the assembling process, the several options that pieces show to us. After all, if we think that each single piece has its right spot, irreplaceable and of fundamental importance, we can likewise comprehend the importance of everything in life, because every things have its place and value.
On the other hand, experiences I’ve had when cutting images, i.e., messing up what is harmonious, has led me to think about it. One of my first puzzles, when I had not even proper tools, I found myself making my husband’s face in dozens of pieces. For a moment I felt like offending our relationship, destroying his face inside me … It made me a little sad, but I overcame this feeling when I remembered that I would be assembling it soon. In those moments I found an interesting answer to many events of life: even if, in an instant of weakness, we may shake relationships or hurt people, we always have the opportunity to gather the pieces and assemble them back, making the final product more beautiful and admirable.
Antônia Sobral
Puzzle Craft
Puzzle Craft
This has been a very interesting read from her thoughts attached to her family connection. But wait till you see what is happening in the next article….exciting times ahead!
Linda Richard, Admin
- See more at: http://www.jigsawpuzzleconnections.com/manufacture-jigsaw-puzzle-9/#sthash.NfQDsWXn.dpuf
aproveitando a oportunidade de filosofar sobre as coisas do mundo, uma diferença entre o qc e a vida : com ou sem a "imagem final" a ser reconstituída à sua disposição, um qc por maior que seja tem um número limitado de peças com uma configuração já prevista.Na vida, quantas e quantas "peças soltas" que jamais se encaixarão ou que de repente se encaixam em partes totalmente imprevisíveis, e quão raramente se chega à uma visão global de um quadro completo....... A lógica p/ apreensão do todo escapa ao contrôle e até à nossa percepção... Às vezes parece que destruímos... e isso resulta em algo positivo de que nunca ficaremos cientes.... Com um qc refletimos e quebramos a cuca na segurança de uma zona de conforto... Por isso sempre coroada de êxito ! :D
ResponderExcluirÉ verdade, Lilia! Muito simples realmente pensar na vida como um quebra-cabeça com número limitado de peças. E isso pensando somente NESTA vida... Se nos abrirmos para filosofar sobre isso, vamos encontrar até exemplos em que jogamos para o alto as peças do quebra-cabeça que estamos montando e começamos outro e depois outro, sem nem mesmo terminar algum. Poderíamos ficar horas pensando sobre essa relação e terminar por descobrir que a vida e o quebra-cabeça só têm em comum o desejo de montar...
ExcluirGostei demais desta sua reflexão. E "desejo" é a palavra-chave. Quando jogamos tudo p/ o alto (não só os qc...) nem mesmo queremos montar para chegar em algum lugar. Meio que antecipamos uma fatal frustração com o "acabamento". Melhor ficar na ilusão do "ir fazendo para chegar lá", mas como não sabemos aonde queremos chegar, melhor não chegar e aderir ao "passa-tempo" onde "qualquer coisa serve"...., recalcando o desejo, tapeando-o com um fazer que vira uma finalidade sem prioridade, podendo até ser posta de lado sem remorsos. E quando vamos até o fim, o triunfo compensa as frustrações dos inacabados da vida, alcançamos o tão valorizado "sucesso"(que é pura falsificação, de tão relativo...) --- E nem saciamos os desejos, nem aprendemos a não alimentá-los em vão. :P
ResponderExcluirSim, mas como a vida é uma sucessão de experiências e aprendizados, o que mais vale são os meios e não exatamente os fins... ainda bem, hehe!
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